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Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

E de repente...

Último dia do ano

V de Viver, 31.12.19

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Um dia, algures, li: "E de repente já é sexta-feira, de repente já é Natal, de repente mais um ano se foi, e você ficou aí parado apenas querendo mudar a sua vida".

Faz todo o sentido porque, infelizmente, passamos muitas vezes pela vida em piloto automático (ou a vida passa por nós, não sei!).

Estamos no último dia de 2019. E não podia deixar de passar aqui no blog para desejar a todos que me lêm umas boas entradas. Porque foi graças a este blog e aos comentários de quem me segue que eu consegui ver a luz ao fundo do túnel. Criar o blog foi sem dúvida uma das melhores decisões de 2019, e este ano que foi tão mau, será lembrado por mim, para sempre, como o ano que comecei a partilhar com o "mundo" as minhas palavras. A minha alma. As minhas verdades. Os meus segredos (alguns pelo menos).

Por isso, primeiro, agradeço-vos de coração pelos comentários, incentivos e palavras de carinho. Continuem a fazê-lo, não só aqui comigo mas pela blogosfera fora, porque nunca se sabe quando as nossas palavras podem salvar um dia, quando podem colocar, no rosto de quem lê, o único sorriso desse dia. 

Desejo que todos os vossos sonhos se realizem, e que não percam a esperança assim como eu não perdi.

Na vida de todos nós sempre vão existir momentos menos bons, fases mais negras, mas é normal. Não se percam, não se deixem afectar como eu deixei este ano. Avancem, mesmo que com esforço, mas parem se for necessário. Reflictam. Tirem um tempo para olhar para dentro de vós e buscarem a clareza que por vezes só pode vir do silêncio e da solidão. 

Aproveitem cada dia, tentem (pelo menos) tirar um bocadinho do vosso dia só para vocês. Eu vou tentar, juro-vos que sim, porque sei que essa é a única forma de não me voltar a perder.

Deixem-se iluminar pelo brilho das luzes dos fogos de fim de ano e façam com que a vossa primeira respiração em 2020 seja de esperança. Porque no fundo é isso que a virada do ano nos proporciona. Esperança por um ano melhor, por uma vida melhor. Esperança de que o capítulo que se inicía seja melhor que o anterior. Seja um capítulo de vitórias, de amor, de conquistas e de paz.

Sorriam muito, amem ainda mais. Não se preocupem muito, quem menos se preocupa mais feliz vive. Sejam gratos todos os dias, há sempre alguma coisa para agradecer e devemos agradecer sim por aquilo que já temos. A gratidão transforma o que temos em suficiente. Há quem não tenha nada, nem sequer um sorriso de quem passa na rua e para quem são invisíveis. Há sempre alguém pior que nós, devemos ter sempre a capacidade de nos recordarmos disso, principalmente quando achamos que nos falta alguma coisa. E por vezes falta-nos tanto e basta um abraço para termos tudo.

Deixem-se inspirar por um dia de sol, mas apreciem também um dia de chuva. Nenhuma tempestade dura para sempre. Não se esqueçam que temos luz mas também escuridão dentro de nós. E ambas são necessárias para que tenhamos equilíbrio. 

Errar, superar, aprender e recomeçar. É assim que deve ser. É deste modo que devemos encarar a vida.

Termino este texto com a certeza que aquilo que vos escrevi são, precisamente, os votos daquilo que mais desejo para mim.

 

Feliz Ano Novo! 

 

PS: não se esqueçam, não falta amor...falta amar!

Metas realistas para 2020

V de Viver, 30.12.19

Todos os anos é a mesma coisa. Acreditamos que o próximo ano é que vai ser. Tudo o que não conseguimos realizar durante o ano actual passamos, imediatamente e com confiança exagerada, a acreditar que vamos atingir no próximo ano. Já me aconteceu tantas, mas tantas vezes. E não acredito que só me tenha acontecido a mim.

E depois dou por mim a pensar numa frase batida: "Não haverá um novo ano se continuarmos a cometer os erros dos anos passados". E é uma verdade quase absoluta não?!

Alguém que perceba de psicologia ou das coisas da mente pode vir aqui dar uma explicação, mas é ou não verdade, que na transição de um ano para o outro ficamos hiper motivadas a mudar? 

Bom, eu pelo menos, fico. E por causa disso, e porque acredito que depois de 2019 não me posso mais deixar iludir, decidi fazer uma lista (eu sou a mulher das listas) de dez metas realistas para 2020. Digo realistas porque, como irão ver, dela não constarão metas estonteantes. Depois da descida ao fundo do poço que tive em 2019 aprendi, inevitavelmente, que é preferível ter metas alcançáveis para não me sentir frustada depois.

Cá vai:

1- Cuidar mais da minha alimentação;

2- Treinar sempre que for possível (pelo menos 3 vezes por semana, vá lá);

3- Dar o meu melhor nos dois ítens acima;

4- Cuidar mais de mim;

5- Fazer sempre escolhas que sejam o melhor para mim e não para os outros;

6- Pensar antes de agir (deixar de ser, estupidamente, impulsiva);

7- Não dar ouvidos à opinião dos outros (ela é dos outros e diz mais sobre eles do que sobre mim);

8- Não falar da minha vida com ninguém (as pessoas querem ver-nos bem, mas nunca melhor que elas) PS: excepto aqui no blog que é onde sinto que posso falar à vontade;

9- Estudar e aprender mais sempre que possa;

10- Preocupar-me menos (quanto menos te preocupas mais feliz és);

As minhas leituras de 2019

V de Viver, 29.12.19

A poucos dias do final do ano quero partilhar aqui no blog as minhas leituras de 2019.

Adoro ler. E adoro listas também!

Tenho listas para quase tudo e tenho vários cadernos que uso para escrever e para me organizar. Alguns desses cadernos já os tenho há vários anos, como por exemplo aquele onde registei uma lista de livros que já li, desde que me lembro. É uma lista com alguns anos, no entanto, uma vez que não a iniciei quando li o primeiro livro (já nem me lembro quando isso foi, como devem imaginar, embora me lembre qual foi o livro!), não poderei dizer que está completa pois poderá, evidentemente, faltar algum livro que não me recorde. 

Este post poderá ter pouco interesse para quem me lê, mas ainda assim, decidi partilhar aqui na blogosfera (não deixo de todos os livros que me recordo de ler na vida porque seria uma lista um pouco extensa). 

Ora então cá vai:

Nº217 da lista e 1/2019 - Mulheres Inteligentes, Relações Saudáveis, Augusto Cury;

Nº218 da lista e 2/2019 - Um Erro Inocente, Dorothy Koomson;

Nº219 da lista e 3/2019 - A Ilha das Trevas, José Rodrigues dos Santos;

Nº220 da lista e 4/2019 - O Último Beijo, Luanne Rice;

Nº221 da lista e 5/2019 - Inverno Russo, Daphne Kalotay;

Nº222 da lista e 6/2019 - Milagre em Nova Iorque, Luanne Rice;

Nº223 da lista e 7/2019 - Amor Entre Guerras, Sofia Ferros;

Nº224 da lista e 8/2019 - A Escrava de Marfim, Almudena de Arteaga;

Nº225 da lista e 9/2019 - Anna e o Beijo Francês, Stephanie Perkins;

Nº226 da lista e 10/2019 - A Magia do Amor, Barbara Bretton;

Nº227 da lista e 11/2019 - A Mulher dos Cabelos Loiros e o Homem do Chapéu, Deborah McKinlay;

Nº228 da lista e 12/2019 - Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, Stephen Covey;

Nº229 da lista e 13/2019 - O Milagre da Manhã, Hal Elrod;

Nº230 da lista e 14/2019 - Quem mexeu no meu queijo?, Spencer Johnson;

Nº231 da lista e 15/2019 - Arrume a sua cama, Willian H. McRaven;

Nº232 da lista e 16/2019 - O Código da Inteligência, Augusto Cury;

Nº233 da lista e 17/2019 - O Poder do Hábito, Charles Duhigg;

Nº234 da lista e 18/2019 - A Improbabilidade do Amor, Hannah Rothschild;

Nº235 da lista e 19/2019 - Dois a Dois, Nicholas Sparks;

Nº236 da lista e 20/2019 - A Casa do Lago, Kate Morton;

Nº237 da lista e 21/2019 - A Filha do Pântano, Karen Dionne;

Nº238 da lista e 22/2019 - A Coragem de ser Imperfeito, Brené Brown;

Nº239 da lista e 23/2019 - Antes que as luzes se apaguem, Jay Asher;

Nº240 da lista e 24/2019 - O Homem de Areia, Lars Kepler;

Nº241 da lista e 25/2019 - O Pesadelo, Lars Kepler;

Nº242 da lista e 26/2019 - O Hipnotista, Lars Kepler;

Nº243 da lista e 27/2019 - A Vidente, Lars Kepler;

Nº244 da lista e 28/2019 - Os Seis Hábitos de Alta Performance, Brendon Burchard;

Nº245 da lista e 29/2019 - Lila e o Jogo de Deus, Umi Sinha;

Nº246 da lista e 30/2019 - Cartas Vermelhas, Ana Cristina Silva;

Nº247 da lista e 31/2019 - 13 Coisas que as Pessoas Mentalmente Fortes não Fazem, Amy Morin;

Nº248 da lista e 32/2019 - Lobo Solitário, Jody Picoult;

Nº249 da lista e 33/2019 - História de Um Canalha, Julia Navarro;

Nº250 da lista e 34/2019 - Construir um Amor, Nora Roberts;

Nº251 da lista e 35/2019 - A Menina na Floresta, Camilla Lackberg;

Nº252 da lista e 36/2019 - O Sétimo Selo, José Rodrigues dos Santos;

Nº253 da lista e 37/2019 - A Sombra da Sereia, Camilla Lackberg;

Nº254 da lista e 38/2019 - Os Diários Secretos, Camilla Lackberg;

Nº255 da lista e 39/2019 - A Princesa de Gelo, Camilla Lackberg;

Nº256 da lista e 40/2019 - Gritos do Passado, Camilla Lackberg;

Nº257 da lista e 41/2019 - A Ilha dos Espirítos, Camilla Lackberg;

Nº258 da lista e 42/2019 - O Bicho da Seda, Robert Galbraith;

Nº259 da lista e 43/2019 - Uma Gaiola de Ouro, Camilla Lackberg;

Nº260 da lista e 44/2019 - Ave de Mau Agoiro, Camilla Lackberg;

Nº261 da lista e 45/2019 - Como criar um novo eu, Dr. Joe Dispenza;

Nº262 da lista e 46/2019 - Mulheres que correm com os lobos, Clarissa Pinkola Estes.

A Decisão do Ano

A verdadeira escolha de 2019

V de Viver, 28.12.19

A vida é uma constante surpresa. Umas vezes gostamos disso, outras vezes nem por isso. Aquela impervisibildade que só a vida é capaz de nos mostrar é sempre algo estrondoso.

Depois de um ano atribulado, de um ano em que me perdi completamente de quem eu era, encontrei-me. Finalmente.

E é nesse momento de certezas, luz, clareza, leveza, e de metas traçadas para o ano seguinte, mas principalmente para a vida, que ela me decide mostrar o quanto é impervisivel.

"Ah achas que tens todas as certezas? - pergunta a vida.

Sim, tenho. Saí do fundo do poço com muito esforço, e agora sei bem aquilo que quero e aquilo que não quero! - responde a V. cheia de segurança.

Muito bem! Então vê se consegues lidar com isto - diz a vida e, de repente, pumba!

Uma bomba caí na cabeça da V!"

E agora? O que decidir? O que fazer? Sabem aquela sensação desconfortável de quando têm mesmo que decidir algo importante, algo que vai mudar a vossa vida para sempre? Foi assim que me vi há uns dias. Ah, e é importante que se diga que só tinha dez dias para decidir o que fazer. Dez dias para decidir mudar a minha vida completamente ou manter-me no ponto em que estou agora.

Partilhei aqui no blog, logo no momento em que surgiu essa "bomba" porque senti necessidade de desabafar. E como partilhei aquele momento, decidi hoje, partilhar também convosco a minha decisão.

Num (pequeníssimo) resumo, para quem possa vir a ler este post e não tenha lido o do desabafo, a "bomba" é uma decisão a nível profissional que me pode fazer progredir na carreira. 

Mas como tudo na vida, também esta "bomba" tem vantagens e desvantagens.

Dentro do leque das vantagens temos o facto de "subir", temos o ordenado que será mais elevado, temos outras condições para o resto da vida, como por exemplo fins de semana em casa e deixar de trabalhar por turnos, e o que, no meu caso, pesa mais, o facto de ir estudar durante dois anos (adoro estudar, sim!).

Para as desvantagens temos o facto de mudar completamente de vida e ter que deixar tudo para trás, temos o facto de poder um dia voltar à cidade onde estou agora ou não, temos também um namorado que fica para trás e que está estabilizado aqui logo nem faria sentido ele sair, temos o facto de durante o resto da carreira, possivelmente, ter que andar a saltar de cidade de X em X anos, o ordenado baixava durante os dois primeiros anos por estar a estudar, e teria que abandonar a casa onde vivo, o que para mim significaria abandonar parte da minha independência.

Ora a decisão pode não vos parecer difícil e, claramente, existem outras muito mais importantes. Mas esta, neste momento, para mim é da mais elevada importância. 

Sem mais delongas deixem-me que vos diga que decidi ficar.

Ficar onde sempre quis estar, continuar no mesmo "patamar" a nível profissional, um ordenado um pouco mais baixo, trabalho por turnos, mas aqui, onde sonhei viver. Escolhi pensar em mim primeiro. Escolhi aquilo que eu quero. Precisei afastar-me de tudo e todos para pensar (daí a ausência aqui no blog também). Foi necessário olhar para dentro. E depois olhar-me "de fora". Parar, olhar à minha volta. Foi acompanhada do silêncio, do sol e do mar, que tomei a minha decisão consciente. 

Se foi a melhor decisão? Não sei. Só o tempo me dirá, só ele me trará as respostas.

Estou consciente que a escolha é minha, que só eu posso escolher e que só a mim diz respeito. Mas ainda assim deixo-vos a minha decisão.

Ser feliz.

 

Natal Brilhante

Mas pouco...

V de Viver, 24.12.19

Já escrevi aqui no blog que este ano não festejo o Natal. A partida da minha avó, que foi como uma mãe, deixou marcas fortes. Arranhões, nódoas negras, buracos no peito, não sei dizer. Sei que este ano não faz sentido festejar o Natal.

Mas, logicamente, não é por isso que não sei que hoje, se tudo fosse como antes, estaríamos todos juntos daqui a algumas horas. Casa cheia, barulho, cheiro a comida e a lenha queimada na lareira. Mesa comprida, bacalhau, chouriça assada, doces e vinho. Abraços, beijos, carinho...amor. Este Natal vou estar a 200km da minha família. Mas estou, também, à distância de uma videochamada. Mas os quilométros deixam de ter importância quando penso que estou a uma vida de distância do meu avô e da minha avó. Não se pode fazer videochamadas para o céu! 

Sou a primeira pessoa a dizer que não se pode viver no passado. Que o que foi bom deve ficar guardado no nosso coração mas não deve pairar pela nossa mente a toda hora. Mas nestes dias a falta dos que partiram evidencia-se ainda mais. 

A falta dos que partiram e a falta dos dias de infância/adolescência em que o Natal tinha tanto sentido. Em que ansiávamos pelas prendas, que pedíamos quase com um ano de antecedência. Pela chegada dos primos, tios, tias, avós. As brincadeiras até altas horas. Recordo-me que a noite da consoada era, provavelmente, a noite em que nos era permitido ficar acordados até mais tarde.

Mas a vida é assim mesmo. Crescemos. Alguns partiram. Outros têm agora as suas próprias famílias. E o Natal perde, um pedacinho, do brilho. 

Mas o dia lá fora quer contradizer-me. Amanhaceu com um sol cintilante. E quem me lê sabe que eu adoro dias de sol. É deste modo, com o sol a bater-me na cara, a aquecer-me a alma que esfriou com as circunstâncias da vida, que desejo, a vocês que passam por aqui, deixando um pedacinho do vosso amor e atenção, um Santo e Feliz Natal. Espero que todos possam ter uma noite tranquila junto dos que mais amam. Porque é isso o Natal. Tranquilidade, amor, família, carinho e presença. 

Não se confundam, não é presente, é presença.

Sejam felizes. 

 

Socorro

E agora?!

V de Viver, 23.12.19

Sabem quando em determinada altura da vossa vida querem muito uma coisa? Querem aquilo mais do que tudo. E esperam, esperam, esperam até a oportunidade surgir perante vós? Aquela "ansiedade" do: quando será? Será que demora muito? Será que é ainda este ano? Sabem do que falo?

Com certeza que sabem! E então digam-me, por favor, já vos aconteceu quererem muito, durante muito tempo alguma coisa, e quando surge a oportunidade, simplesmente já não faz sentido? 

Surgiu hoje uma oprtunidade que eu esperei cerca de três anos. Mas de há um ano para cá deixei, praticamente, de pensar no assunto porque, simplesmente, outras coisas passaram a ser mais importantes. E agora? Agora não sei o que fazer! E também sei que não vão ser vocês que me vão ajudar a resolver este impasse mas a verdade é que não sei mais com quem desabafar (dois desabafos no mesmo dia, am?)

A oportunidade de que vos falo tem a ver com a vida profissional. É uma oportunidade de progredir na carreira. Há alguns anos que não surgia para ninguém, e agora surgiu. E surgiu também para mim. Só que se eu queria muito isso há uns anos, como já vos disse, neste momento eu já não sei se quero! 

Nunca fui uma pessoa com muita ambição profissional, sabem? Nunca sonhei chegar ao topo nem nada que se pareça. No entanto é claro que, sendo eu uma pessoa que gosta de estudar, aprender e evoluir, gostava de progredir.

Então onde está o problema? Perguntam vocês. O problema é que para isso acontecer eu vou ter que abandonar a vida que tenho agora durante, pelo menos, dois anos. A casa onde moro, a cidade onde moro, o namorado que tem a vida dele fixa aqui nesta cidade, tudo, tudo aquilo pelo qual lutei e tudo aquilo que conquistei. Vou ter que deixar tudo para trás e, ainda por cima, com a particularidade de saber que posso não voltar mais aqui.  

Tenho à minha frente uma das decisões mais difíceis da minha vida. E não sei o que fazer. Não costumo ser uma pessoa muito indecisa. Costumo saber bem o que quero, mas depois deste ano miserável, nunca pensei que, a tão poucos dias do final, ainda tivesse que tomar uma decisão tão impactante.

Socorro é a única palavra que me ocorre. Sei que ninguém pode decidir por mim, mas juro-vos que não sei mesmo o que fazer! 

Desabafo

V de Viver, 23.12.19

Ontem surgiu na minha vida uma situação que me causou stress. Mas stress daquele em que ficamos com um aperto no peito, sabem? Em que até parece que nos custa respirar. Fiquei nesse estado uma data de tempo. Tempo a mais, vejo agora.

A questão é que eu sei, perfeitamente, que tudo na vida tem apenas a importância que a gente lhe dá. Mas, ainda assim, existem situações que eu gostava de enfrentar de outra forma. Dou por mim a perder a clareza e a ficar como que soterrada com o problema. E sei que é porque me foquei no problema e não na solução, que passei a tarde com aquela sensação de ansiedade, e ainda, a noite. Mal dormi vejam só!

Acredito que não serei a única pessoa a passar por estas situações, mas acredito que tudo depende também do contexto de cada um. Ora vejamos, tive um ano impossível, tudo parecia estar a correr mal, senti-me a bater no fundo do poço, e depois, de há uns meses para cá, parece que as coisas melhoraram. Ou talvez nada exterior tenha sido alterado, apenas a minha mente mudou e voltou a ter capacidade para lidar com as situações.

Mas onde quero chegar é que sempre que nos deparamos com um problema temos (ou tenho!) tendência a pensar que é o fim do mundo. Penso isso durante dois segundos, e logo depois ocorre-me que "para tudo existe solução, menos para a morte". Ora se assim é, porque é que, no caso de ontem, não consegui encontrar recursos dentro de mim  para lidar de forma diferente com a situação?

Acreditem que ainda tentei respirar fundo e pensar: "ok, foca-te na solução e não no problema", mas logo de seguida pensava: "Foda-se que tudo corre mal, nunca posso estar sossegada". Juro-vos que é um pensamento derrotista e "de vítima" que eu odeio. Mas em determinadas situações sou incapaz de pensar de outra forma. Depois quando consigo pensar com clareza digo a mim mesma que nada daquilo se volta a repetir. Mas o que é certo é que há situações em que não consigo seguir as "minhas ordens" e volto a sentir-me stressada, agitada e sem saída. E ainda agora estou inquieta, com aquela sensação que alguma coisa está errada. E odeio essa sensação.

Ok, eu sei. Esta conversa não tem um espírito nada natalício, mas precisava mesmo de desabafar sobre isto.

É uma coisa que quero muito mudar em mim. Esta incapacidade para pensar com clareza em momentos de stress. 

Também vos acontece? Ou será que, apenas eu, ainda não aprendi a lidar com essas situações?

Num piscar de olhos

"Rico é quem tem tempo"

V de Viver, 21.12.19

O tempo tem uma maneira engraçada de nos mostrar o que realmente é importante. O próprio tempo. 

A vida passa num abrir e fechar de olhos. Não consigo deixar de pensar que passamos muitas vezes pela vida em piloto automático. Mais de metade do meu ano de 2019 foi passado assim. A desejar que os dias passassem rápido até às folgas para ter algum sossego. E quando as folgas chegavam acabava, na maioria das vezes, por não as aproveitar por pensar que daí a nada já tinha que voltar ao trabalho. Ansiava pelas férias para que, logo que elas iniciavam, viver cada dia com a mesma angústia, a pensar que teria poucos dias para aproveitar. E isso faz de nós o quê? Assassinos do tempo? Ou da vida? 

Passamos por aqui sempre com pressa. Pressa de ir. Pressa de chegar. Pressa de voltar. 

E um dia acordamos e faltam quatro dias para o dia de Natal. E apercebemo-nos com espanto que sendo assim faltam apenas dez dias para o último dia do ano!

Mas, esperam lá? Como assim, passou mais um ano da nossa vida? 

Vivemos mesmo 365 dias, assim, num ápice?

Quando nos damos conta de que o tempo é o nosso bem mais precioso tendemos a ver a vida com outros olhos. Eu, pelo menos, penso assim. Mas se eu penso assim porque é que não aproveito mais? Porque é que não vivo mais? Porque é que me deixo levar pela ansiedade de querer que as folgas cheguem e depois me perco na ansiedade de as folgas estarem a acabar. E depois só quero que cheguem as férias, e depois "Oh não, as férias são demasiados curtas, e agora?". E depois tenho que me despachar para ir trabalhar, e depois tenho que me despachar para apanhar o supermercado aberto, e ir para casa, e fazer o jantar, e... Caramba, cansa só de pensar, não é? 

Hoje dou por mim a pensar que andamos demasiado atarefados para dar valor ao tempo. Para dar valor à vida. E dou por mim, também, a desejar com todas as minhas forças que no próximo ano tudo seja diferente. Aliás, que eu consiga ser diferente, porque não é o caminho que muda, é a forma de caminhar que tem que mudar.

Afinal de contas não é Inverno?

V de Viver, 20.12.19

79644583_566768594162537_1120440251790131200_n.jpg(Imagem Facebook)

Ontem adormeci ao som da chuva. O vento, forte e obstinado trazia com ele o barulho do mar. Não fossem os meus sons preferidos (principalmente na hora de adormecer) e, provavelmente, eu não estaria a escrever este post.

Não percebo nada de meteorologia, os meus conhecimentos sobre o tema não se estenderam além dos retratados nas aulas de geografia de algum ano escolar, já nem sei precisar qual. Mas hoje ao ler nas noticías um título que dizia: "Depois da Elsa chega o Fabian" não consegui deixar de pensar o quão sensacionalistas estão os jornais. 

Elsa? Fabian? Não será apenas Dezembro? A sério, não é normal haver chuva e vento forte em Dezembro?

Juro que não consigo perceber o porquê de tanto alarido. O porquê de terem que dar um nome a cada temporada de chuva e vento. Estamos no fim do Outono, quase início de Inverno, esperavam o quê? Temperaturas acima dos 30 graus e um sol esplendoroso todos os dias?

Eu adoro sol, e nada me deixa mais animada do que acordar com o cantar dos passarinhos na janela, porque imediatamente, ainda antes de abrir a persiana, sei que está um bom dia lá fora. Mas a chuva faz falta. É tempo dela cair. 

O que vale é que ainda existem pessoas imaginativas porque logo após ler sobre as depressões Elsa e Fabian vi a imagem que se apresenta neste post.

E é verdade, esqueçam lá isso. Está um "vento dum cabrão". E é altura dele.

"Seja o que for, se não tiver já sido, o que tiver que ser vai ser, até se não tiver sentido"

V de Viver, 16.12.19

Acordei com o barulho insistente da chuva na janela. Tentei abrir os olhos, foi um esforço em vão. Acabei a enroscar-me mais ainda na cama, procurando o aconchego dos lençois quentes. O vento começou a assobiar mais forte fazendo mexer as persianas da janela. Deixei-me ficar, deleitando-me com o barulho da chuva. Será sempre um dos meus sons preferidos.

Uma vez que não consigo adormecer dou por mim a pensar em como tudo seria diferente se não continuasse a recuperar da lesão. Num dia de chuva como aquele que se faz notar hoje lá fora, sei bem que me custaria imenso ter que fazer 40km para me dirigir para o trabalho. Na verdade, sei que só de ouvir a chuva me custaria desmensuradamente ter que sair da cama.

É impressionante como nos deixamos levar pela vida, pela rotina do dia a dia. Estou no meu actual trabalho há quatro anos. Para além de uns dias de férias que, penso que será geral, me deixam mais cansada do que relaxada, nunca tinha ficado tanto tempo sem trabalhar. Estou de baixa há dois meses e meio. Este tempo fazia-me falta, mas nunca iria parar se não fosse obrigada. Gosto de pensar que a vida me obrigou a parar, exactamente, quando era necessário. Estava a chegar a um ponto sem retorno. O meu trabalho é mais desgastante a nível psicológico do que fisíco, embora com os horários por turnos se torne também desgastante a nível físico. Mas acredito que, talvez, por ainda ser jovem não considere o meu trabalho cansantivo demais a nível fisico, apenas com as deslocações acaba por se tornar mais exigente. Mas este tempo em casa fez-me muito bem á mente. Deu para perceber o que estava errado.

Já escrevi sobre isto aqui no blog e não me quero estar a repetir. Mas não consigo deixar de pensar que se não me tivesse visto obrigada a parar, provavelmente, não aguentava até ao fim do ano. Ou talvez aguentasse, sempre ouvi dizer que não sabemos o quão fortes somos até termos necessidade de ser fortes. Mas algo me diz que estava no meu limite. Não me canso de dizer que 2019 foi um ano terrível, mas sempre que reflicto sobre isso chego à conclusão que já não era eu. Andei mais de metade do ano em total piloto automático. A preocupar-me apenas em trabalhar, agradar os outros, fazer o que tinha que ser feito. E anulei-me completamente. 

É verdade, anulei-me. E sei que se nos anularmos a nós mesmos, tudo o resto vai ruir. Agora sei. Agora aprendi que em primeiro tenho que estar eu e as minhas necessidades.

Mas não nos deixemos enganar pelo meu discurso. É muito mais fácil dizer do que fazer. E sei que vão existir recaídas. Quando uma pessoa tem o, infeliz, hábito de viver para os outros, acaba sempre por se anular. Mais uma vez digo que sei exactamente o que preciso. 

Clareza. Só preciso de clareza para enfrentar o próximo ano. 

Penso que a vontade de escrever sobre isto hoje se deve ao facto de me ter informado que ainda não será em 2020 que serei transferida para perto de casa. Ou seja, 2020 será mais um ano de deslocações de 80km por dia para ir e vir do trabalho. Sei que me estou a queixar, e não devia por dois motivos: 1º tenho trabalho; 2º há pessoas que têm que fazer muitos mais quilómetros para ir tarbalhar. 

Portanto, clareza. Só preciso de clareza. E força. Caramba, vou precisar de força também!

Tudo na vida tem a sua hora e o seu lugar. Se ainda não é no próximo ano é porque não tinha que ser. Porque tal como uma frase que li, algures, um dia, e que acabei por utilizar como título deste post: "Seja o que for, se não tiver já sido, o que tiver que ser vai ser, até se não tiver sentido".

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