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Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

23 Jun, 2021

Primeiro tu

V de Viver

Quantas vezes já ouvimos ou lê-mos a frase: "primeiro estás tu, depois os outros"? 

Mas realmente colocamos essa velha máxima em prática?

Quando foi a última vez que fizeste algo por ti? 

Hoje, depois da minha corrida e enquanto caminhava o último quilómetro até casa, surgiu-me este pensamento. Porque realmente colocarmos-nos em primeiro lugar não é fácil. Pelo menos não o é se tu, tal como eu, sempre colocaste os outros em primeiro. 

Acredito que o melhor que podia acontecer era que todos nós se colocássemos em primeiro, porque se nós não estamos bem, se não nos tratamos bem, não conseguimos fazer o bem aos outros, não da mesma forma. 

Há uns dias umas amigas convidaram-me para jantar. Já não estou com elas há algum tempo e apetecia-me vê-las, mas tive um dia horrível, chorei por mais de uma hora seguida, e a única coisa que me apetecia era estar sozinha no meu canto. Não é solidão, é solitude! A antiga eu (antiga de não há assim muito tempo...) teria colocado a máscara e corrido para o restaurante. E não me refiro à máscara de protecção contra o vírus, refiro-me ao fato completo da Mulher Maravilha. Chegava lá, como tantas outras vezes fiz, fingia que estava super bem, e ouvia as maravilhas que se têm passado nas vidas das minhas amigas e embora ficasse feliz por elas, no fundo, bem lá no fundo, ia sentir que a minha vida é uma merda. 

Quantas vezes já fizeste isto? Eu fiz muitas. Mas não mais. 

Hoje não vou onde não quero ir (a menos que seja algum compromisso realmente inevitável), não estou com quem não quero estar, não digo "sim" a toda a hora e a toda a gente. Priorizo-me. Coloco as minhas vontade em primeiro lugar. E isto não é egoísmo. Nada disso. Se alguém precisa da minha ajuda eu vou. Continuo disponível para os meus, mas não para toda a gente nem, com certeza, para tudo e mais alguma coisa.

Durante anos não soube dizer "não". Achava que as pessoas iam ficar chateadas ou magoadas. Que iam deixar de gostar de mim, que se afastariam de mim. Hoje já não quero saber. Aprendi que se a pessoa não respeita a tua vontade então não faz parte "das tuas pessoas". Se a pessoa não compreende que não podes ou que não queres, então não precisas dela na tua vida. Pode parecer duro, mas não é. Continuo a mesma pessoa, apenas me priorizo mais. 

E sabem que mais? Foi a melhor coisa que fiz na vida. Pensar em mim, naquilo que quero, naquilo que preciso. Dar-me presentes da mesma maneira que sempre dei aos outros. Fazer o que quero, quando quero. Alguns dirão que é egoísmo, eu chamo-lhe amor próprio. 

Não te esqueças de te priorizar. Não digo para deixares de lado tudo e todos, não digo que não dês atenção aos teus filhos, ao teu marido/mulher, à tua família e amigos. Não é nada disso. Continua a fazer por todos aquilo que o teu coração mandar, mas por favor, faz também por ti. Olha também por ti e não apenas por todos eles. Verás que quanto melhor te sentires melhor os fazes sentir. 

Cuida-te, ama-te, respeita-te...sempre!

V de Viver

Hoje tive um dia difícil. Não foi cansativo, pelo contrário, foi até ocioso demais. Foi apenas mais um dia triste, daqueles que vez ou outra todos temos. Um dia em que acordei e pensei que tenho tanto e mesmo assim falta-me algo. Mas não falta sempre? O ser humano não é, na sua maioria, um bicho que nunca está satisfeito?! Enfim. No dia de hoje sentia a falta de uma coisa em específico. Bem, para ser totalmente honesta, de alguém específico. Sete meses se passaram desde o fim da minha relação e eu não posso dizer que já não sinto nada. É verdade. Há coisas que parece que nunca acabam, sentimentos que se nos cravam ao peito de tal forma que parece que fazem parte do nosso corpo. É difícil arrancar uma mão, não? Acreditem (provavelmente vocês até sabem) também não é fácil arrancar alguém do nosso peito. Ainda mais quando essa pessoa se manteve sempre por perto. Quando esteve ali num dos melhores momentos da minha vida (em vários na verdade) e quando foi a grande impulsionadora da realização do meu sonho. Quando terminámos ficámos amigos. Durante um tempo estivemos mais afastados, mas ainda assim falávamos muito. Nos últimos dois ou três meses tem sido quase diário. Mas somos apenas amigos. Queria conseguir deixar os sentimentos só na amizade, sabem? Acho até bonito casais que se mantêm amigos depois do fim da relação, julgo que mostra o carácter das pessoas. Mas é, confesso, difícil para mim ser só amiga. Ainda há sentimento além da amizade, e nem sempre é fácil lidar com ele. Hoje não foi fácil. Hoje não está a ser fácil. Não sei o que o futuro me reserva, ninguém sabe. Mas há dias em que só queria poder mandar. Exigir ao universo que voltemos a ser quem éramos (o que não deixa de ser curioso porque sempre disse que jamais voltaria para um ex, - se ele está no passado por algum motivo é - dizia eu). Amigos, amantes, irmãos, cúmplices, companheiros. Não perdi só um namorado há sete meses atrás. Perdi muito mais que isso. Ou poderei ser eu, ser apenas a minha cabeça, a querer insistir em algo que já não tem vida. Em algo que não existe mais, que talvez nem tenha existido da forma como eu imagino e sinto. Não sei. Simplesmente não sei. Hoje nada sei. Só sei que estou triste, e está tudo bem. Amanhã, com certeza, estarei melhor. É um dia mau, não uma vida má.

18 Jun, 2021

Distração

V de Viver

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Já vos aconteceu fazerem algo apenas para não fazerem outra coisa?

Sim, é realmente um pergunta estranha. O que eu quero dizer é se já alguma vez se dedicaram a alguma actividade apenas para contrariar a vontade de fazer outra coisa, entendem?

Por vezes temos vontade de fazer algo, o nosso coração quer que o façamos, mas a nossa mente não quer.  Neste caso refiro-me a procurar alguém. Embora isto me pareça um pouco fútil ou até coisa de adolescente, a verdade é que hoje estou nesse "mood". 

Devíamos seguir o caminho mais simples, certo? Apetece-te ver aquela pessoa? Procura-a. Apetece-te falar com ela? Liga-lhe. É simples, eu sei. Mas como nós adultos (uma grande maioria de nós, pelo menos) temos tendência a complicar, nem sempre seguimos esses instintos. Eu até podia dizer que devemos segui-los sempre, mas todos sabemos que nem sempre é assim tão fácil. 

Então hoje, num momento vago, dei por mim a pensar em alguém. E a querer saber dessa pessoa. Mas como nem sempre aquilo que nos apetece é, propriamente, o melhor para nós, eu desviei a atenção para outra coisa. Na verdade ainda agora aqui, a escrever isto, estou a tentar ocupar o tempo e desviar a atenção da minha vontade. 

Isto para dizer que estou a colorir um livro (vejam só!) a fim de tentar ocupar a cabeça com outras coisas. Acho que não pegava em canetas de pintar há uns bons dez anos!

Já vos aconteceu?

Ah e importa dizer que estou a ouvir Eros Ramazzotti enquanto pinto. 

Na verdade foi uma boa escolha esta de pintar e ouvir música. Mas a grande verdade é que o "problema" não desaparece apenas por o colocarmos de lado. Podemos distrair-nos durante uns momentos, mas ele permanece lá. 

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