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Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

31 Dez, 2021

Retrospetiva 2021

V de Viver

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Este ano não foi um ano de muita escrita por aqui. Mas acreditem foi um ano em cheio. Arrisco-me a dizer que foi o melhor e o pior ano da minha vida! Realizei sonhos, perdi pessoas, cresci através da dor mais do que poderia ter crescido pelo amor, acredito eu. Mas agora que estamos no último dia do ano posso dizer com toda a certeza que foi um ano positivo. Apesar da dor, das lágrimas, das partidas, das desilusões, foi um ano onde cresci muito. Onde cheguei ainda mais perto da mulher que quero ser. Foi um ano de coragem. Sim, fui corajosa este ano que passou, como de resto tenho sido em tantas outras situações da minha vida. Mas é difícil para nós valorizarmo-nos, vermos o quanto somos pessoas corajosas e maravilhosas. Durante muitos anos confundi isso com ser convencida. Hoje sei, com toda a certeza, que não se trata de ser convencida. Trata-se sim de ter amor próprio. Caramba! Amor próprio é uma palavra tão forte que só quem realmente o sente pode perceber o seu significado. Acredito que seja bom termos as coisas de mão beijada, mas vocês têm ideia do poder que nos dá alcançar os nossos objectivos com o nosso próprio suor? Com as nossas lutas? Acredito que muitos de vocês saibam, sim. Outros talvez não. Mas não julgo, como em tempos julguei, as pessoas a quem tudo lhes é dado. Não critico como em tempos critiquei. Nem invejo como em tempos invejei, reparem que não é fácil para ninguém admitir que já sentiu inveja. 

Sou hoje, no final deste ano de 2021, uma pessoa completamente diferente. A V. que iniciou este blog já não é a mesma pessoa. Mas a essência continua cá. 

Espero do fundo do meu coração que o vosso ano tenha sido tão revelador de vocês próprios quanto o meu. Que tenham chorado mas que tenham sorrido ainda mais. Que tenham caído mas que se tenham levantado com mais força. Porque no fim de contas é isso a vida. Constantes quedas e arranhões nos joelhos. Mas hoje sei que não é sobre a queda. É sobre como nos levantamos após a queda. Não é sobre as perdas, é sobre como reagimos a essas perdas. Não é sobre a dor, é realmente sobre como reagimos a essa dor. 

E não, nem todos os dias conseguimos reagir da mesma forma ao que a vida nos envia. Mas o que importa, na minha opinião, é aprender cada vez mais a lidar com tudo o que aparece no nosso caminho. Talvez seja esse o significado da vida, talvez seja exactamente para isso que cá andamos, para aprender, para evoluir, para nos conhecermos a nós próprios e chegarmos à nossa melhor versão. É nisto que acredito. 

Sei que as partilhas no meu (nosso) blogue este ano foram mais cinzentas. Sei que escrevi maioritariamente quando me sentia mal, mas foi o que fez sentido para mim. Peço-vos desculpa se vos trouxe alguma energia negativa porque não era, de todo, a minha intenção. Quem me segue desde o inicio sabe que não é só sobre tristeza que eu escrevo. Se derem uma vista de olhos no blogue vêm que escrevi muito sobre as coisas boas da vida também. Mas foi o que fez sentido para mim este ano. Escrevi pouco e o que escrevi talvez tenha sido mais sombrio, mas realmente o meu ano foi uma luta constante contra o meu lado sombra. Porque todos sabemos que quanto maior a luz maior a sombra. E eu acredito que seja também sobre isso a vida, sobre sermos pessoas luz. E é essa pessoa que eu quero ser. Mas nem todos os dias, nem todas as fases da nossa vida são feitas de luz. 

Deixo um agradecimento especial a todos vós por, mesmo tendo escrito menos e tendo sido mais taciturna, não terem deixado de me ler. Agradeço de coração todas as palavras bonitas que me deixaram, todos os incentivos. Sou imensamente grata a todos vós por estarem desse lado.

Sou, do mesmo modo, imensamente grata à vida por me permitir ser. Ser apenas. Não boa ou má pessoa. Ser. Nem todos os dias sou aquilo que quero ser, mas podem acreditar que todos os dias luto por isso.

Que em 2022 possamos continuar juntos e que nunca percamos a esperança e a fé, seja no que for que tenhamos fé. 

Feliz Ano Novo!

Um grande beijinho, V

V de Viver

tumblr_nqxsb5Yjcx1ua0kxwo1_1280.jpg(Fotografia: @google)

Tal como tenho feito desde que criei o blogue aqui ficam as minhas leituras deste ano. Acho que este foi o único ano em que passei dois meses sem ler qualquer livro, mas foi por um bom motivo!

Janeiro

1- Eu Sou o Mensageiro - Markus Zusak;

2- Os Príncipes Encantados Também Viram Sapos - Megan Maxwell;

3- O Safado do 105  - Mila Wander;

4- Noites de Tormenta - Nicholas Sparks;

5- Quem é você, Alasca - John Green;

6- Lúxuria - Eve Berlin;

7- O Ar que Ele Respira - Brittainy C. Cherry;

8- A Chama Dentro de Nós - Brittainy C. Cherry;

9- O Silência das Águas - Brittainy C. Cherry;

10- A Força que nos Atrai - Brittainy C. Cherry;

Fevereiro

11- A Prisioneira do Tempo - Kate Morton;

12- O Vôo da Vespa - Ken Follet;

13- Última Chance - Tatiane Dunkel;

14- Último Adeus - Tatiane Dunkel;

15- Última Promessa - Tatiane Dunkel;

Março

16- Adónis - Erika Martins;

17- Apolo - Erika Martins;

18- Bruce, Um Homem da Máfia - Erika Martins;

19- Malone, O Resgate da Filha da Máfia - Erika Martins;

20- A Linguagem Corporal do Amor - Allan Pease;

21- Desastres Sexuais - Mila Wander;

22- A Nova Era - Inês Gaya;

Abril

23- Bad Boys Blues - Saffron A. Kent;

24- Cretino Abusado - Penelope Ward;

25- Desejo Proibido - Ariela Pereira;

26- As Infinitas Possibilidades do Nunca - Juliana Dantas;

27- Por Trás dos Teus Olhos - Sarah Pinborough;

28- O Filho - Jo Nesbo;

29- A Garota do Lago - Charlie Donlea;

30- Deixada para Trás - Charlie Donlea;

Julho:

31- Não Confie em Ninguém - Charlie Donlea;

32- Uma Casa no Fundo de um Lago - Josh Malerman;

33- O Crespúsculo e a Aurora - Ken Follet;

34- Lendo de Cabeça para Baixo - Jo Platt;

35- Meu Livro de Consciência - Tadashi Kadomoto;

36- A Livraria Mágica de Paris - Nina George;

37- A História de Nós Dois - Dani Atkins;

Agosto:

38- Uma Curva no Tempo - Dani Atkins;

39- O que dirá as Estrelas - Cleyton Pereira;

40- De Onde Nascem as Rosas - Duda Riedel;

41- O Mágico de Auschwitz - José Rodrigues dos Santos;

42- O Manuscrito de Birkenau - José Rodrigues dos Santos;

43- O Livro dos Sonhos - Nina George;

44- Fazendo as Pazes com o Corpo - Daiana Garbin;

Setembro:

45- Para Viver em Paz - Thich Nhat Hanh;

46- O Maior Segredo - Rhonda Byrne;

47- Não Aceite essas Migalhas Emocionais - André Ferrari;

48- Mulheres que não perdoam - Camilla Lackberg;

49- Sapiens, Uma Breve História da Humanidade - Yuval Noch Harari;

50- Às Vezes Você Ganha, Às Vezes Você Aprende - John C. Maxwell;

51- Desperte a Sua Vitória - William Sanches;

Outubro:

52- Pode Curar a Sua Vida - Louise L. Hay;

53- O Poder está Dentro de Si - Louise L. Hay;

54- Viver! - Louise L. Hay;

55- O Despertar de uma Nova Mulher - Louise L. Hay;

56- Quem Ama não Adoece - Dr. Marco Aurélio Dias da Silva;

57- Tudo pode ser Curado - Martin Brofman;

58- Tudo o que o Amor não é - Eduardo Sá;

59- O óbvio que Ignoramos - Jacob Pétry;

Novembro:

60- As Cinco Feridas Emocionais - Lise Borbeau;

61- Mulheres que Amam Demais - Robin Norwood;

62- Codependência Nunca Mais - Melody Beattie;

63- Pequenos Passos para Mudar a Sua Vida - Robert Maurer;

Dezembro:

64- Cidade de Espiões - Mara Timon;

65- Os que Ficaram para Trás - Monica Hesse;

66- Faz um Restart à tua Vida - Jorge Coutinho;

67- Atitude Mental Positiva - Napoleon Hill;

68- Quem pensa Enriquece - Napoleon Hill;

69- Constelação Familiar - Sonia Onuki;

70- Seja Foda! - Caio Carneiro;

71- Faça Amor, Não Faça Jogo - Ique Carvalho;

72- Como se encontrar na escrita - Ana Holanda;

73- Fome Emocional - Geneen Roth;

30 Dez, 2021

Eu perdoo-me

V de Viver

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É o penúltimo dia do ano e após dois dias com duas situações diferentes em que me sinto uma merda no que diz respeito ao meu trabalho fico a pensar: o que é que eu tenho que aprender com isto?

Sinto-me ridícula. E acho que é essa sensação de ridículo e de desadequação que me faz sentir com o coração tão apertado. Uma espécie de ansiedade, uma vibração bem baixa que me aperta o peito e me faz sentir verdadeiramente mal. Uma dor que chega a ser física. 

Quero deixar isto em 2021.

Quero escrever para limpar a mente porque não quero voltar a pensar nisto. No quão ridícula fui. Na quantidade de vezes que me senti ridícula na vida. 

Portanto escrevo agora para me perdoar.

Eu perdoo-me por todos os erros do passado.

Eu perdoo-me por todas as vezes que agi sem pensar (como ontem à noite).

Eu perdoo-me por todas as vezes que fiz ou deixei de fazer algo que me fez sentir ridícula.

Eu perdoo-me por nem sempre saber como agir profissional e pessoalmente.

Eu perdoo-me por ter feito coisas das quais não me orgulho e que não gostava que me fizessem a mim.

Eu perdoo-me por todas as vezes em que não soube colocar limites.

Eu perdoo-me por todas as vezes que fiz coisas que não queria fazer. Por todas as vezes que disse sim quando queria dizer não.

Eu perdoo-me por todas as vezes que me deixei para trás.

Eu perdoo-me por todas as vezes que me senti burra. Fiz sempre o melhor que consegui, o melhor que sabia.

Eu perdoo-me por ter confiado em pessoas que não mereciam. Por confiar rápido demais, por não saber ver, de verdade, o interior de certas pessoas.

Eu perdoo-me por me ter deixado enganar. Por me ter entregue a pessoas que não mereciam, ter confiado, ter partilhado parte de mim e da minha vida.

Eu perdoo-me por nem sempre ter feito as escolhas certas, na altura pareciam ser as devidas.

Eu perdoo-me por ter magoado alguém e por me ter magoado a mim.

Eu perdoo-me por nem sempre ser tão inteligente quanto devia. Pelas vezes em que não coloquei em prática aquilo que sei, aquilo que digo aos outros.

Eu perdoo-me pelas falhas. Pelas desistências. Pelas mudanças de rota inesperadas.

Nem sempre fui a pessoa que quero ser. Nem sempre agi com a calma que deveria. Nem sempre pensei com clareza antes de agir (como ontem). Fiz figura de ridícula e ninguém gosta de se sentir ridículo. Mas eu perdoo-me por isso. Fiz sempre, este ano e em todos os outros, aquilo que me parecia mais correto. Agi sempre com o coração e talvez isso não tenha sido bom.

Mas perdoo-me porque fiz sempre, sempre, aquilo que me pareceu mais correto. 

Eu perdoo-me por me sentir uma falhada, por todas as vezes que me senti uma merda. Perdoo-me porque eu não sou uma merda. Sou um ser humano. E erro, falho, engano-me e, sim, faço figura de ridícula às vezes. Mas perdoo-me porque faço sempre o melhor que consigo. 

Esta é a única certeza que tenho: não sou perfeita mas sou sempre eu mesma.

 

PS: já passou. 

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