Retrospetiva 2021
V de Viver
Este ano não foi um ano de muita escrita por aqui. Mas acreditem foi um ano em cheio. Arrisco-me a dizer que foi o melhor e o pior ano da minha vida! Realizei sonhos, perdi pessoas, cresci através da dor mais do que poderia ter crescido pelo amor, acredito eu. Mas agora que estamos no último dia do ano posso dizer com toda a certeza que foi um ano positivo. Apesar da dor, das lágrimas, das partidas, das desilusões, foi um ano onde cresci muito. Onde cheguei ainda mais perto da mulher que quero ser. Foi um ano de coragem. Sim, fui corajosa este ano que passou, como de resto tenho sido em tantas outras situações da minha vida. Mas é difícil para nós valorizarmo-nos, vermos o quanto somos pessoas corajosas e maravilhosas. Durante muitos anos confundi isso com ser convencida. Hoje sei, com toda a certeza, que não se trata de ser convencida. Trata-se sim de ter amor próprio. Caramba! Amor próprio é uma palavra tão forte que só quem realmente o sente pode perceber o seu significado. Acredito que seja bom termos as coisas de mão beijada, mas vocês têm ideia do poder que nos dá alcançar os nossos objectivos com o nosso próprio suor? Com as nossas lutas? Acredito que muitos de vocês saibam, sim. Outros talvez não. Mas não julgo, como em tempos julguei, as pessoas a quem tudo lhes é dado. Não critico como em tempos critiquei. Nem invejo como em tempos invejei, reparem que não é fácil para ninguém admitir que já sentiu inveja.
Sou hoje, no final deste ano de 2021, uma pessoa completamente diferente. A V. que iniciou este blog já não é a mesma pessoa. Mas a essência continua cá.
Espero do fundo do meu coração que o vosso ano tenha sido tão revelador de vocês próprios quanto o meu. Que tenham chorado mas que tenham sorrido ainda mais. Que tenham caído mas que se tenham levantado com mais força. Porque no fim de contas é isso a vida. Constantes quedas e arranhões nos joelhos. Mas hoje sei que não é sobre a queda. É sobre como nos levantamos após a queda. Não é sobre as perdas, é sobre como reagimos a essas perdas. Não é sobre a dor, é realmente sobre como reagimos a essa dor.
E não, nem todos os dias conseguimos reagir da mesma forma ao que a vida nos envia. Mas o que importa, na minha opinião, é aprender cada vez mais a lidar com tudo o que aparece no nosso caminho. Talvez seja esse o significado da vida, talvez seja exactamente para isso que cá andamos, para aprender, para evoluir, para nos conhecermos a nós próprios e chegarmos à nossa melhor versão. É nisto que acredito.
Sei que as partilhas no meu (nosso) blogue este ano foram mais cinzentas. Sei que escrevi maioritariamente quando me sentia mal, mas foi o que fez sentido para mim. Peço-vos desculpa se vos trouxe alguma energia negativa porque não era, de todo, a minha intenção. Quem me segue desde o inicio sabe que não é só sobre tristeza que eu escrevo. Se derem uma vista de olhos no blogue vêm que escrevi muito sobre as coisas boas da vida também. Mas foi o que fez sentido para mim este ano. Escrevi pouco e o que escrevi talvez tenha sido mais sombrio, mas realmente o meu ano foi uma luta constante contra o meu lado sombra. Porque todos sabemos que quanto maior a luz maior a sombra. E eu acredito que seja também sobre isso a vida, sobre sermos pessoas luz. E é essa pessoa que eu quero ser. Mas nem todos os dias, nem todas as fases da nossa vida são feitas de luz.
Deixo um agradecimento especial a todos vós por, mesmo tendo escrito menos e tendo sido mais taciturna, não terem deixado de me ler. Agradeço de coração todas as palavras bonitas que me deixaram, todos os incentivos. Sou imensamente grata a todos vós por estarem desse lado.
Sou, do mesmo modo, imensamente grata à vida por me permitir ser. Ser apenas. Não boa ou má pessoa. Ser. Nem todos os dias sou aquilo que quero ser, mas podem acreditar que todos os dias luto por isso.
Que em 2022 possamos continuar juntos e que nunca percamos a esperança e a fé, seja no que for que tenhamos fé.
Feliz Ano Novo!
Um grande beijinho, V