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Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

3º aniversário do blogue

V de Viver, 16.10.22

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Ontem o blogue completou mais um aniversário! Não me foi possível vir aqui deixar umas palavras, mas cá estou hoje para relembrar e "festejar" de alguma forma esta data. 

Juro-vos que me lembro do dia em que criei o blogue como se fosse hoje. Foi uma fase tão dura. Doía-me até aos ossos. Doía-me a vida. A falta dela. A forma como ela se me apresentava. 

Tanta coisa mudou desde esse dia. 

Este blogue foi sempre um refúgio. A escrita em si foi sempre onde procurava respostas. 

Escrevia ( e continuo a escrever) mais para mim do que qualquer outra coisa. Mas tive o enorme prazer de vos ter por cá a ler-me, a responder-me, a dar-me força. Como se nos conhecêssemos. Como se fossemos amigos. Talvez sejamos. Talvez todos vocês que de uma forma ou de outra tocaram a minha alma e a minha vida estivessem destinados a isso. 

Nada é por acaso. Ninguém é por acaso. Nisso eu acredito com toda a força do meu ser.

Muito obrigada a todos por estarem por aqui. Por me tocarem profundamente com o que escrevem. 

Que, embora com as ausências necessárias a cada um, continuemos a ler-nos durante muitos anos. 

Mais um dia ou menos um dia?

V de Viver, 13.10.22

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Sentada numa falésia junto ao mar vim finalizar o meu dia. Um daqueles que não foi nem bom nem mau. Acho que estes dias existem para nos mostrar que nem sempre é preto no branco. Nem sempre é sim ou não. Tristeza ou felicidade. Existem meios termos. Até para alguém que, como eu, não está habituada a eles.

Nem todos os dias são bons, mas todos têm algo de bom, disso não duvido. Pode ser a minha mania de ver sempre o copo meio cheio. Mas é assim que vejo as coisas. Há sempre algo pelo que agradecer. Mais que não seja por ter olhos e ouvidos capazes de ver e ouvir aquilo que estou aqui a presenciar. Não é positivismo fingido. Eu sinto mesmo aquilo que digo.

Felizmente sou uma apaixonada pelas coisas simples da vida. Aquelas que não se pagam e que por nos serem tão comuns não damos o verdadeiro valor. Porque achamos que elas são nossas por direito. Talvez sejam. Talvez o sol, a lua, o mar, o vento, o cantar dos passarinhos sejam um bocadinho de cada um de nós. Pelo menos daqueles que os sabem apreciar. Talvez.

Talvez a vida, no fundo, seja só isto que estou a sentir agora. Está sensação de paz e tranquilidade que o mar e o pôr do sol sempre me proporcionam. A cabeça vazia de outros pensamentos. Nem passado, nem futuro. Apenas o agora, eu, o mar, e a despedida do sol.

Mais um dia ou menos um dia? Talvez seja apenas uma questão de perspectiva.

Uma noite em Setembro

V de Viver, 08.10.22

Sentada na varanda da minha casa sinto as lágrimas a escorrer pelo rosto enquanto bebo um copo de vinho. Há um ano tinha o hábito de fazer exactamente isto. Sentar-me, sozinha com um copo de vinho e os meus pensamentos. E, claro, uma música.

Faz-me pensar que pouca coisa mudou. Mas o principal mudou bastante:eu.

Sinto-me grata por estar onde estou. Grata por ser a pessoa que tanto lutei para ser. E por ter a consciência que cada vez sou mais quem quero ser.

Mas sei, no fundo, que ainda há coisas que precisam de mudar. Ainda há ciclos que se repetem na minha vida, dores que voltam pelas mãos de outras pessoas. Muda a pessoa, mas a dor é sempre a mesma. E acredito que se os ciclos se repetem é porque ainda tenho alguma coisa a aprender. Claro que temos sempre algo a aprender. Mas refiro-me a ter algo a aprender relativamente ao mesmo.

Sinto que ando em círculos. Embora muita coisa mude há sempre algo que se repete. Mas não me queixo. Sei hoje, como toda a certeza, que não há erros. Há aprendizagens. Tudo vem por um motivo. E só podemos mudar o que vem quando descobrimos esse motivo. Nada nem ninguém chega até nós por acaso. Cada dia que vivo tenho mais a certeza disto.

É verdade que eu sempre fui alguém que pensa demais e sente demais. E é verdade que isso me trouxe muitos dissabores. Mas sinto-me feliz por viver a vida de acordo com os meus valores, de viver em verdade, honestidade e humildade. Não sei onde a vida me leva. Mas vou em paz seja onde for que vá. Porque dei sempre o meu melhor em tudo. Nunca fui desleal para comigo nem para com os outros. E uma das maiores bençãos que tenho na vida é deitar a cabeça no travesseiro, todas as noites, e poder dormir tranquila. Cada um dá o que tem e a conta chega para todos. E se há algo que sei é que eu não tenho motivo para me preocupar com isso.

E acreditem, sinto-me grata por isso. Grata por ser quem sou e com a certeza de que ainda serei alguém melhor. Melhor de acordo com os meus valores. Melhor para mim. Melhor para os outros, mas sempre, sempre de acordo com os meus valores.

 

PS: texto escrito em Setembro. Tenho andado bastante ausente do blogue mas nunca perdi o hábito de escrever. Espero, de coração, que todos os que me lêem sempre que (muito raramente durante este ano) publico alguma coisa, estejam bem. Estou em falta convosco porque não vos tenho lido. Mas vou tentar durante os próximos dias actualizar-me por este mundo dos blogues.

Grata a todos por continuarem por aqui