A Decisão do Ano
A verdadeira escolha de 2019
V de Viver
A vida é uma constante surpresa. Umas vezes gostamos disso, outras vezes nem por isso. Aquela impervisibildade que só a vida é capaz de nos mostrar é sempre algo estrondoso.
Depois de um ano atribulado, de um ano em que me perdi completamente de quem eu era, encontrei-me. Finalmente.
E é nesse momento de certezas, luz, clareza, leveza, e de metas traçadas para o ano seguinte, mas principalmente para a vida, que ela me decide mostrar o quanto é impervisivel.
"Ah achas que tens todas as certezas? - pergunta a vida.
Sim, tenho. Saí do fundo do poço com muito esforço, e agora sei bem aquilo que quero e aquilo que não quero! - responde a V. cheia de segurança.
Muito bem! Então vê se consegues lidar com isto - diz a vida e, de repente, pumba!
Uma bomba caí na cabeça da V!"
E agora? O que decidir? O que fazer? Sabem aquela sensação desconfortável de quando têm mesmo que decidir algo importante, algo que vai mudar a vossa vida para sempre? Foi assim que me vi há uns dias. Ah, e é importante que se diga que só tinha dez dias para decidir o que fazer. Dez dias para decidir mudar a minha vida completamente ou manter-me no ponto em que estou agora.
Partilhei aqui no blog, logo no momento em que surgiu essa "bomba" porque senti necessidade de desabafar. E como partilhei aquele momento, decidi hoje, partilhar também convosco a minha decisão.
Num (pequeníssimo) resumo, para quem possa vir a ler este post e não tenha lido o do desabafo, a "bomba" é uma decisão a nível profissional que me pode fazer progredir na carreira.
Mas como tudo na vida, também esta "bomba" tem vantagens e desvantagens.
Dentro do leque das vantagens temos o facto de "subir", temos o ordenado que será mais elevado, temos outras condições para o resto da vida, como por exemplo fins de semana em casa e deixar de trabalhar por turnos, e o que, no meu caso, pesa mais, o facto de ir estudar durante dois anos (adoro estudar, sim!).
Para as desvantagens temos o facto de mudar completamente de vida e ter que deixar tudo para trás, temos o facto de poder um dia voltar à cidade onde estou agora ou não, temos também um namorado que fica para trás e que está estabilizado aqui logo nem faria sentido ele sair, temos o facto de durante o resto da carreira, possivelmente, ter que andar a saltar de cidade de X em X anos, o ordenado baixava durante os dois primeiros anos por estar a estudar, e teria que abandonar a casa onde vivo, o que para mim significaria abandonar parte da minha independência.
Ora a decisão pode não vos parecer difícil e, claramente, existem outras muito mais importantes. Mas esta, neste momento, para mim é da mais elevada importância.
Sem mais delongas deixem-me que vos diga que decidi ficar.
Ficar onde sempre quis estar, continuar no mesmo "patamar" a nível profissional, um ordenado um pouco mais baixo, trabalho por turnos, mas aqui, onde sonhei viver. Escolhi pensar em mim primeiro. Escolhi aquilo que eu quero. Precisei afastar-me de tudo e todos para pensar (daí a ausência aqui no blog também). Foi necessário olhar para dentro. E depois olhar-me "de fora". Parar, olhar à minha volta. Foi acompanhada do silêncio, do sol e do mar, que tomei a minha decisão consciente.
Se foi a melhor decisão? Não sei. Só o tempo me dirá, só ele me trará as respostas.
Estou consciente que a escolha é minha, que só eu posso escolher e que só a mim diz respeito. Mas ainda assim deixo-vos a minha decisão.
Ser feliz.