Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

16 Out, 2019

O meu Alentejo

V de Viver

IMG_20191016_131537.jpg

Foi a 27 de Novembro de 2014 que o cante alentejano foi reconhecido como Património Cultural Imaterial da Humanidade, justamente no dia do meu aniversário. Mas para mim o cante alentejano já me estava marcado na alma havia 24 anos. É parte de um alentejano, assim como o é a chouriça assada com o belo pão, o presunto, o toucinho assado, as migas e as açordas, ah e os gaspachos com carapaus fritos (eu prefiro pastéis de bacalhau, confesso!). Nasci e cresci no Alentejo. Vivi nesse paraíso de planícies 25 anos, e ainda hoje lá vou com bastante frequência. Mas a música alentejana? Estejamos onde estivermos, em que circunstâncias e a fazer seja o que for, quando toca a música alentejana um alentejano não consegue ficar indiferente. É uma emoção como se o que está a ser dito fosse alguma coisa que se passou na nossa vida, como se fosse uma recordação pessoal. Como se fosse nossa, e é! Acho ainda mais fascinante que a música alentejana me faça sempre lembrar o meu falecido avô (leia-se pai!) embora nunca tenha presenciado o meu avô a ouvi-la (um dia pode ser que eu escreva sobre o porquê de ele não a ouvir). Ah e as festas da terra? Na minha aldeia colocam-se rádios nas ruas por altura das festas em Honra da Santa Padroeira. Não tem explicação a sensação que vive um alentejano que acorda ao som da sua música alentejana nas festas da terra. Porque as festas da terra são o acontecimento mais esperado do ano. Todos os anos em Agosto as festas da terra servem para voltar a ver quem partiu para o estrangeiro em busca de oportunidades, para voltar a ver os quintados, para juntar a família toda, para beber, comer e conviver. Não há sensação como a de voltar a casa, e a minha casa vai ser sempre o Alentejo. 

8 comentários

Comentar post