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Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

Coisas que eu [não te] disse

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O silêncio da noite

V de Viver, 11.02.20

Podia muito bem ser um post sobre a, lindíssima, música Sozinho do Caetano Veloso. 

Mas não é.

É um post sobre a solidão. Aquela coisa estranha que por vezes nos sabe tão bem. 

Um momento só nosso. Ouvir aquela música. Um banho de espuma. Jantar à luz das velas, eu comigo. Um copo de vinho. Uma boa sobremesa. Um livro e uma manta. Um filme no sofá. Um passeio à beira-mar. Sol no rosto, água nos pés. Só eu.

E, outras vezes, tem um sabor tão amargo.

Silêncio. Vazio. Falta de um cheiro, de um toque. Saudades de casa. Saudades de outra vida, de outros tempos. Tempos que já não voltam. Frio. Silêncio. Silêncio. Casa vazia. Ninguém ao nosso lado. Falta de uma palavra amiga. De um ombro onde recostar a cabeça. 

A noite serve para tanta coisa. Pode ter uma utilidade diferente para cada um de nós. Há os que trabalham de noite. Os que saem à noite. Os que dormem à noite. 

E depois há os que pensam à noite.

Não todas as noites. Mas naquelas noites. Naquelas em que o silêncio se apodera da noite. Do momento. Em que não há nenhuma respiração além da nossa dentro de casa. Naquelas noites em que o silêncio é dono de um barulho ensurdecedor. 

Nessas noites o silêncio assusta.

Noutras noites o silêncio acalma.

Tudo isto parece ter como finalidade, apenas, mostrar-nos como somos seres indecisos. 

Um dia gostamos do silêncio, da solidão. Outros dias só queremos fugir de ambos. Como se com eles viesse a certeza de que somos só nós. De que nada nem ninguém nos pertence. De que no fundo, bem no fundo, seremos sempre seres solitários.

 

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