Quero falar-vos de respeito pelas nossas vontades.

Como vos disse, finalmente, voltei à actividade fisíca. Seja porque quero perder uns quilinhos, seja porque o exercício me faz sentir realmente bem, gosto de reservar um tempinho para ele todos os dias. Bem, durante uns anos fazia-o diáriamente, depois, como quem me lê já deve estar farto de ouvir (leia-se ler) em 2019 perdi-me completamente. Deixei-me de parte e, enfim, o resultado ficou à vista. 

Mas adiante que já estamos noutra fase.

Estou a voltar ao exercício depois da lesão de forma bastante cautelosa. O pé, por vezes, ainda me dói e como tal também não quero exagerar. Contudo, tenho ido correr, outros dias caminhar e até agora está tudo bem. Ora, porquê esta conversa toda hoje? Porque hoje trabalhei de noite. Saí às oito horas da manhã, cheguei a casa e deitei-me umas horinhas. Acordei sem muita energia, o que acontece na maioria das vezes que faço noite (acredito que o nosso corpo não está mesmo preparado para estar acordado a noite inteira) e pensei logo: "caramba, hoje não me apetece nada ir correr, vou só fazer uma caminhada". E até aqui tudo bem. As minhas caminhadas até costumam ser longas, por isso, embora seja um exercício com resultados diferentes da corrida, é melhor que nada. Só que...não me apeteceu ir caminhar também. Está frio lá fora, sinto-me cansada e, além disso, tenho dedicado pouco tempo à escrita e à leitura nos últimos dias e sinto a falta desses momentos.

E porque é que considerei isto assunto para um post?  Porque muitas vezes temos (ou eu, pelo menos, tenho) o hábito de nos criticarmos por não fazermos o que devíamos fazer. No entanto, quando fazemos tudo o que devíamos fazer não nos elogiamos. Ou seja, hoje não me apeteceu sair para caminhar e pensei logo: "caramba estás a falhar!". No entanto, ontem, quando depois de oito horas de serviço, duas horas em deslocações, mais o facto de ter dormido seis horas e o facto de ir trabalhar à noite, fui correr 3km não senti necessidade de me elogiar. Foi mais como "ok, fiz o que tinha que ser feito". E dou-me conta, mais uma vez, que esse pensamento é errado. 

Temos mesmo que nos elogiar pelas pequenas vitórias, pelas vezes que fazemos as coisas mesmo quando não nos apetece. Pelas vezes que nos levantamos da cama ainda cansadas mas enfrentamos o dia como autênticas lutadoras num ringue. 

Sim, temos que parar de ver, apenas, o que está mal. De só nos criticarmos. E temos, também, que respeitar o nosso corpo. A nossa mente. Hoje não me apeteceu ir caminhar. Apeteceu-me ler, ficar na ronha, ler os blogues que sigo, ler umas páginas do livro que estou a ler. E ok. Está tudo bem. Não tenho que me criticar por isso. 

Por isso, a minha "dica" para vocês, hoje, é que se respeitem. Respeitem as vossas vontades. Elogiem-se ao invés de só se criticarem. 

Eu também estou a aprender a fazê-lo. Não me exercitei hoje, e está tudo bem! É a exceção que faz a regra.