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Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

5 anos

V de Viver, 15.10.24

5º Aniversário do "BELEZA EM AÇÃO"

O blogue faz hoje cinco anos. Uma mão cheia!

Escrevi muito nos primeiros anos e este blogue será sempre a minha porta de entrada para um mundo desconhecido mas agradável, a minha porta de entrada para um caminho de cura. 

Foi num momento de muita dor que comecei a escrever, que decidi criar o blogue, pensando na altura que ninguém me iria ler, que seria uma espécie de diário. O computador era novo, eu estava com uma lesão que me obrigava a estar muito tempo deitada e como tal não me era fácil escrever em papel, e foi então que pensei: "porque não?". Mal sabia eu que me ia encantar tanto com este mundo, que iria encontrar pessoas sem rosto mas com uma alma gigante. Seres humanos tão reais quanto eu, sem filtros como os das famosas redes sociais, que escrevem com alma, e que me iriam acompanhar e continuar por cá mesmo nas minhas ausências. 

Tal como na vida real também por aqui algumas pessoas se foram, outras vieram. A vida a acontecer, cada um a viver no seu mundo, ao seu ritmo, a lidar com as suas dores, com as suas conquistas, as suas lutas. 

Tal como eu!

Os últimos anos por aqui ficam marcados mais pelas ausências do que por qualquer outra coisa. Mas fica registado aqui, e em outros textos mais antigos, que nunca me esqueci deste espaço, que sempre que desaparecia tinha vontade de voltar, que a vida corrida me obrigava a fazer escolhas e muitas vezes não consegui escolher o blogue. Mas que a gratidão que tenho ao espaço em si, ao Sapoblogs, a quem me lê, a quem escreve maravilhosamente e me permite ler, nunca é esquecida. 

Feliz aniversário ao meu querido blogue, que tanto me ajudou a curar! 

E obrigada a todos vós que me vão lendo!

32

V de Viver, 27.11.22

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Faço hoje trinta e dois anos de vida. Trinta e dois anos de altos e baixos. De sorrisos e lágrimas. De momentos bons e menos bons. Trinta e dois anos desta história que é a minha. 

Encontrei aquilo que sempre procurei. Paz. E encontrei onde menos esperava: dentro de mim.

Hoje sei que é dentro de nós que tudo existe. Que dentro de todos nós existe o bem e o mal. Que apenas temos que escolher qual dos dois lados queremos fazer sobressair na nossa vida. Que nem sempre o lado escolhido é o que se mostra mas que é no equilíbrio que está o segredo.

Hoje sei que é do lado de dentro que está a felicidade. Que não posso procurar nos outros aquilo que me falta. Que cada um dá o que tem. E que ninguém pode receber o que não dá.

Hoje sei que sou suficiente. Que me basto para ser feliz e que ninguém me pode completar porque não me falta nada. Eu sou inteira. 

Hoje sei que aceitar é a chave para chegar mais longe. Aceitar a nossa história. Aceitar os nossos pais e aquilo que eles nos deram, e também aquilo que nunca nos deram. Porque eles também têm uma história e que, tal como a minha é só minha, a deles é só deles.

Hoje sei que o amor próprio é o maior amor que podemos nutrir na nossa vida. Que se nos amarmos tudo à nossa volta muda. Que o amor é tudo e que existem milhares de tipos de amor. 

Hoje sei que as pessoas nos tratam como permitimos que nos tratem. Que a forma como nos amamos é como ensinamos os outros a amarem-nos. Que ninguém é permanente na nossa vida. E que amores e amigos vêm e vão, apenas a gente fica.

Hoje sei que nada é mais importante do que nos conhecermos a nós mesmos. Que toda a sabedoria vem daí, do auto conhecimento. 

Hoje sei que só nos abala aquilo que permitimos, que ninguém tem a força de nos tirar do nosso eixo.

Hoje sei que a vida é curta mas é boa. Que aquilo que nós procuramos também procura por nós. Que nada nem ninguém é por acaso na nossa vida. Que tudo o que aconteceu tinha que acontecer exactamente da forma que aconteceu. Que se formos a nossa prioridade tudo à nossa volta melhora. Que não devemos nada a ninguém e ninguém nos deve nada. 

Hoje sei que não prendemos ninguém por muito que exista amor. Que o caminho de cada um é individual e que quem chega à nossa vida nem sempre chega para ficar. Mas que todos, e quando digo todos refiro-me mesmo a todos, que aparecem na nossa vida trazem algo e levam algo.

Hoje sei que ninguém nos pode fazer tanto bem e tanto mal quanto nós próprios. Que a nossa vida só depende de nós. Que conseguimos, sim, tudo aquilo que queremos. Mas que aquilo que queremos não é permanente. E que está tudo bem em ser assim. Que todos estamos em constante evolução. Todos trilhamos caminhos diferentes mas todos com o mesmo propósito: viver a nossa vida à nossa maneira.

Hoje sei que o segredo para ser feliz é, realmente, ser feliz sem motivo. Que é nas pequenas coisas do dia a dia que a vida faz mais sentido. Que tudo é tão belo quanto a pessoa que o vê. Que não há certo ou errado porque as escolhas de cada um são exactamente isso, de cada um. Que a vida é muito melhor quando fazemos o bem e que quem planta o bem, cedo ou tarde colhe o bem de volta.

Hoje sei que a vida está a nosso favor e que quando temos a certeza do que plantamos não há como temer a colheita.

Hoje sei que tudo foi necessário para chegar onde estou. Todas as situações e pessoas que passaram na minha vida tiveram um propósito e sou-lhes, verdadeiramente, grata. 

Hoje sinto orgulho na mulher que me tornei e que continuo a lutar para ser. Mas trilho agora o meu caminho com muito mais paz do que antes. Com a certeza de que a vida sabe o que faz. 

Hoje sei que estou a viver a fase mais autêntica da minha vida. Que cada vez tenho menos medo do julgamento, que vivo para me agradar a mim e não aos outros como fiz durante tantos anos. 

Não podia deixar de partilhar tudo isto convosco. Vocês que me lêem, que me leram desde sempre, que souberam das minhas dores e das minhas mortes e renascimentos como mais ninguém. Vocês que sempre me leram nas fases menos boas, nos dias em que escrevia com as lágrimas a correr pelo rosto, nos dias em que a sombra se sobrepunha à luz. Vocês que, arrisco-me a dizer, me conhecem melhor que ninguém embora não conheçam o meu rosto. Conhecem a minha alma, acreditem. Por tudo isto, não podia deixar de vos agradecer. Porque também vocês fizeram, e fazem, parte desta viagem que é a minha vida. Deste caminho de encontro à minha melhor versão, de encontro à mulher que nasci para ser. Muito grata por vos ter por cá. 

Muito grata à vida por tudo o que passei, por tudo o que me ensinou e me levou a ser hoje esta mulher de trinta e dois anos de quem tanto me orgulho. 

Eu, tal como todos vós, já senti várias sensações ao longo da minha jornada. Mas nenhuma se assemelha a esta sensação de amarmos quem somos, de termos a certeza que estamos no caminho certo, de olhar para trás e ver que tudo o que aconteceu era necessário ao nosso crescimento.

Desejo que todos vocês possam sentir isto. Desejo a todos exactamente o mesmo que desejo para mim. Porque acredito que quando uma pessoa se cura é um passo a mais na cura da humanidade.

Grata a todos.

V

3º aniversário do blogue

V de Viver, 16.10.22

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Ontem o blogue completou mais um aniversário! Não me foi possível vir aqui deixar umas palavras, mas cá estou hoje para relembrar e "festejar" de alguma forma esta data. 

Juro-vos que me lembro do dia em que criei o blogue como se fosse hoje. Foi uma fase tão dura. Doía-me até aos ossos. Doía-me a vida. A falta dela. A forma como ela se me apresentava. 

Tanta coisa mudou desde esse dia. 

Este blogue foi sempre um refúgio. A escrita em si foi sempre onde procurava respostas. 

Escrevia ( e continuo a escrever) mais para mim do que qualquer outra coisa. Mas tive o enorme prazer de vos ter por cá a ler-me, a responder-me, a dar-me força. Como se nos conhecêssemos. Como se fossemos amigos. Talvez sejamos. Talvez todos vocês que de uma forma ou de outra tocaram a minha alma e a minha vida estivessem destinados a isso. 

Nada é por acaso. Ninguém é por acaso. Nisso eu acredito com toda a força do meu ser.

Muito obrigada a todos por estarem por aqui. Por me tocarem profundamente com o que escrevem. 

Que, embora com as ausências necessárias a cada um, continuemos a ler-nos durante muitos anos. 

Dois anos de blogue

V de Viver, 15.10.21

adi-goldstein-Hli3R6LKibo-unsplash (1).jpg(Fotografia: @adigold1)

Dois anos de blogue. Dois anos de alma a nu. 

É aqui que partilho os meus sentimentos. É aqui que mostro a verdadeira montanha russa de emoções que sou. Aqui posso ser eu. Aqui ninguém julga. Aqui há pessoas sábias, daquelas que todos queremos ter por perto. Aqui as pessoas são reais. Têm dores, têm defeitos, têm cicatrizes. E mostram-nas, tal como eu, sem filtros. 

Os blogues deveriam ser a rede social de excelência. Se é para gastar cada segundo da nossa vida agarrada a um ecrã, então devia ser aqui. 

Este ano de 2021 não escrevi tanto por aqui. Foi um ano e tanto. Mudei a cada dia. Sim, a cada dia. Juro-vos que senti isso. Como se trocasse de pele a cada vinte e quatro horas. Errei muito, aprendi ainda mais. 

Senti muita dor e sei que isso foi visível por aqui. Muitos de vocês que me lêem disseram, mais do que uma vez, que deveria procurar ajuda. Agradeço-vos o conselho. Como vos agradeço o facto de estarem sempre ai, de me lerem mesmo quando as minhas palavras são amargas e carregadas de dor. 

Continuo a olhar para este blogue como o meu lugar seguro. Continuo a amar cada palavra que escrevo e cada palavra vossa que leio, embora não vos tenha lido tanto durante os últimos meses. 

Em dia de aniversário do blogue eu teria muito mais para escrever. Mas no fundo aquilo que importa é agradecer-vos por continuarem aqui nos meus momentos menos bons. Por me continuarem a ler mesmo quando as minhas palavras são lágrimas envoltas em escuridão. 

Sou-vos eternamente grata por estarem aí. É difícil explicar como é bom saber que aqui as pessoas ouvem-me (lêem-me), acarinham-me, dão-me força, mesmo sem me conhecerem. Se bem que no fundo, ninguém me conhece como vocês. Vocês lêem o mais fundo dos meus sentimentos. A verdadeira pessoa que eu sou apenas vocês conhecem. Acreditem, nunca ninguém me viu tão nua quanto vocês. 

Por isso obrigada. Muito obrigada a todos que continuam por cá a cada dia. 

E de repente

Já nos trinta

V de Viver, 27.11.20

nikhita-singhal-k8y9HrzonOQ-unsplash.jpg(Fotografia: @nikhita)

Trinta.

Trinta anos. 

Hoje completo o meu trigésimo aniversário. E não consigo deixar de pensar em como os mais velhos tinham razão quando diziam: "o tempo passa a correr". Assim como não consigo evitar lembrar-me que, há uns anos atrás, uma pessoa com trinta anos para mim já era velha!  Quando somos crianças achamos que o seremos para sempre. 

Mas não somos. Felizmente. A vida passa, o tempo corre e nós temos que seguir com ele. Ou tentando acompanha-lo. 

São trinta anos de lutas e desafios, como qualquer um de nós. Trinta anos vividos, não sei se da melhor forma que existe mas com certeza da melhor forma que consegui. 

Não consigo evitar pensar que não estou exatamente onde me imaginava com trinta anos. Não, não estou. 

Não conquistei tudo o que queria conquistar, não tenho tudo o que queria ter, nem tenho comigo todos aqueles que gostaria de ter. Mas sei, com toda a certeza, que fiz o melhor que pude com aquilo que tinha. 

Não fui a mais feliz, nem a mais saudável, nem a mais inteligente, nem a mais forte ou a mais conquistadora. Não fui a mais fit, a mais rica nem a mais bonita. Mas fui, disso tenho a certeza, eu mesma. 

Hoje posso, finalmente, dizer que me aceito. Que aceito a minha história, que aceito o meu corpo, que aceito a pessoa em que me tornei. Posso também dizer que me orgulho de ser quem sou. E, acredito, esta deve ser uma das mais notáveis conquistas de qualquer ser humano. 

Posso não estar onde queria, nem como queria, nem sequer com quem queria. Mas vivo com a certeza de que fiz o que pude para estar onde estou. Vivo com a certeza de que temos aquilo que achamos que merecemos, de que só nós nos podemos levar onde queremos e de que a nossa vida só depende de nós. 

Que a entrada nos famosos "intas" me traga sabedoria para lidar com a vida, com as pessoas e comigo mesma. Que eu seja sempre capaz de me levantar a cada queda porque, com certeza, elas continuarão a existir. Que tenha sempre a capacidade de sorrir, e de ver o lado positivo de cada situação. E que nunca deixe de sonhar. Enquanto houver sonho haverá vida e vontade de vive-la.

Parabéns para mim!

Um ano de blogue

1º Aniversário

V de Viver, 15.10.20

adi-goldstein-Hli3R6LKibo-unsplash.jpg(Fotografia: @adigold1)

Um ano de blogue. 

Um ano de partilhas. De palavras de carinho. De pessoas fantásticas. De lágrimas. De sorrisos. De força, de luta, de fracassos. Um ano de palavras sinceras e reais. Um ano a dar-vos um pouco de mim e a receber um pouco de vocês. Um ano de palavras motivadoras, aconchegantes, fortalecedoras. Um ano de pessoas desconhecidas que me fizeram melhor do que muitas conhecidas. Um ano de muitas lágrimas ao som das teclas do meu computador. Um ano de muitos sorrisos ao ler-vos. Um ano de carinho. Carinho que recebi de vós e carinho que sinto, sinceramente, por vocês, meus desconhecidos preferidos de sempre.

Dei inicio a este blogue quando me encontrava numa das piores fases da minha vida. Sentia-me totalmente perdida e sem rumo. Sofria dores horríveis derivadas de uma lesão no pé. Mas foi essa lesão, tenho a certeza absoluta, que me levou a iniciar esta viagem. Este capitulo da minha história que espero, do fundo do coração, que seja um capítulo sem fim. Que possa continuar por cá por muitos anos, e que vos possa ter sempre comigo.

Aos que me acompanham desde o primeiro dia o meu muito, muito obrigado. Tenho-vos no coração por me terem "aturado" tantos desabafos. Tantas palavras desesperadas. Tantas lágrimas que sei que, embora não as tenham visto, certamente as sentiram. A vocês que tanto me apoiaram sem me conhecerem só posso dizer-vos que estarei eternamente grata. Passem os anos que passarem, quer eu continue ou não a escrever aqui, fiquem com a certeza de que ajudaram alguém a ultrapassar uma fase turbulenta, de que fizeram alguém sorrir muitas vezes com os vossos comentários e com as vossas publicações. 

Aos que foram chegando obrigada também de coração por terem ido ficando, por subcreverem e por passarem por cá, mesmo que não diariamente. São mais de cinquenta subscritos e, embora o número de seguidores não seja o ponto fundamental, a verdade é que se os juntasse a todos numa sala para vos falar, iria achar que se tratava de uma multidão! 

Serão sempre muito bem vindos e, se por vezes não vos visito com muita frequência, fiquem a saber que não por poucas vezes, me lembro de vocês no meu dia a dia. Contudo nem sempre tenho o tempo que gostava para vos visitar, ler e comentar com atenção e carinho. E, uma vez que vocês não merecem menos que isso, acabo por ir deixando para o dia em que tenha esse tempo para vos dedicar. 

Sem mais delongas, que o post já vai longo, obrigada de coração a todos vocês por fazerem parte desta viagem. 

Um ano de Coisas que eu [não te] disse. Um ano de mim. Um ano de vocês. Um ano de nós.

Sou muito grata a todos vós. 

Obrigada!

V

Balanço de 2019

O fim de um ciclo O primeiro dia nos 29!

V de Viver, 28.11.19

Sempre fiz o balanço do ano perto do dia 31 de Dezembro. Penso que não serei a única. É quando se aproxima um novo ano que gostamos de olhar para trás e ver se cumprimos aquilo a que nos propusemos durante os fogos do reveillon. Contudo, este ano dei por mim a pensar que, para mim, faz sentido fazer esse balanço no dia do meu aniversário. Bem vistas as coisas é no dia do nosso aniversário que iniciamos um novo ano, não vos parece? Talvez seja só um devaneio meu. Mas este ano, pela primeira vez na vida, dou por mim a fazer essa análise um dia após o meu aniversário

Ontem entrei nos 29. E dou por mim a pensar que já conquistei muita coisa e que tenho outras tantas para conquistar. Sei que nunca vou estar satisfeita porque o ser humano é assim mesmo. Mas quando olho para o meu passado, para a minha história no geral e, em específico, para o ultimo ano, não consigo deixar de chorar.

O último ano foi o mais louco de todos na minha vida. Foi difícil, complexo, doloroso, exigente e longo, demasiado longo. Não sei sequer o que escrever sobre ele. 

Espero que os 29 me tragam clareza, sabedoria, inteligência e resiliência para lidar com a vida. Para lidar com as pessoas, e, sobretudo, para lidar comigo.

Perdi-me algures durante 2019. Foi preciso a vida obrigar-me a parar (sim, acredito que a forma estúpida como fiz a lesão no pé só pode ter sido a vida a arranjar forma de me parar!) para eu ver que não estava no caminho certo. Para eu ver que já não era eu. E, sim, é normal. Estamos em constante mudança. Mas nunca devemos aceitar mudar para algo que não nos agrada. A pessoa triste, irritada, mal-humorada, e, acima de tudo, resmungona que substituíu a pessoa alegre, bem disposta, brincalhona e simpática que eu era não me agradou nem um pedacinho. Existia dentro de mim uma luta constante para trazer à tona a rapariga que eu era e que senti que se afogava no meio de um onda de escuridão. Não me dediquei tempo, não me dediquei atenção. Vivi, completamente, em piloto automático e isso trouxe-me problemas graves. Estava a tornar-me uma pessoa insuportável, até para mim. Sobretudo para mim. Odiei-me de cada vez que dei por mim a  reclamar. Odeio pessoas reclamonas. Sempre segui o lema de: "Se não tem remédio, porque te queixas? Se tem remédio, porque te queixas?" E eu fui, durante o último ano, a pessoa que se queixava de tudo. Deixei-me levar por aquilo que achava que já devia ter. E esqueci-me de agradecer aquilo que já tenho. Foquei-me tanto, mas tanto, nos problemas que deixei de conseguir ter energia para arranjar soluções.

Não quero esquecer estes últimos doze meses porque sei, no fundo, que foi preciso chegar ao fundo do poço para tomar impulso e sair de lá. Foi um ano escuro. Muito escuro. Mas como já li algures: uma certa escuridão é necessária para ver as estrelas.

Sinto que desde que me lesionei, voltei a ser eu. Este retorno a mim não foi imediato. Não foi algo do género lesionei-me e já está, milagrosamente sou eu outra vez. Não. Nada disso. As primeiras duas semanas foram horriveis, tanto mais que, como se não bastasse tudo o resto, a minha avó faleceu. A minha avó que era como uma mãe para mim. (Mas isso fica para outro dia, outro post porque este já vai longo.) Tudo isto foi um balde de água fria. Mas um dia acordei e percebi que conseguia lidar com tudo isto. Que ainda havia uma forma de sair do fundo do poço. Tinha que haver.

E havia. Aqui estou eu outra vez. Renascida das cinzas qual fénix com vontade de viver. 

Feliz aniversário para mim, e que este ano me traga a paz interior que eu sempre aspirei alcançar. Pois quando estamos em paz, o resto tanto faz.