O mundo está podre.
Não dá para confiar em ninguém. Meio mundo quer lixar outro meio mundo. As pessoas lutam por ficar por cima, por ver quem brilha mais, quem tem a vida melhor, o carro melhor, a casa melhor. É me quase impossível pensar em viver para sempre rodeada por pessoas assim. Pessoas que não se ajudam, que só sabem julgar, que só sabem criticar.
Por isso isolei-me.
Durante o último ano passei mais tempo sozinha do que acompanhada. Sozinha mesmo. Eu, comigo mesma. (...)
Sinto-me despedaçada. Um fracasso. Uma coisa sem arranjo.
Sinto-me triste. Sozinha. Sugada para o fundo.
Sinto que parte de mim morreu. Que não serei jamais a mesma. Que algo mudou para sempre.
Quero muito pensar que assim que tocarem as doze badaladas, como que por magia, tal conto da Cinderela, eu voltarei a ser eu. Voltarei a sorrir com vontade. A gostar de mim. A lutar por mim.
Não quero mais esta dor. Não quero mais esta sensação de não ter sido suficiente, de não (...)
Desculpem-me os apaixonados. Os que estão juntos, por amor, há mais de 20 anos. Os que iniciaram agora uma relação. Os que querem muito acreditar que ele existe. Desculpem-me, mas eu não acredito no amor.
Não falo do amor de mãe, nem de pai, nem de irmãos. Nem do amor que sentimos pelos nossos amigos, familiares, e até animais. Falo do amor no contexto de uma relação amorosa. Não acredito nele, desculpem lá.
Apaixonas-te, crias laços, olhas para a pessoa como a tua metade (...)