Da cor da humanidade
Sentada vejo as gotas da chuva a cair na varanda. O dia está cinzento, como o mundo e a humanidade. Penso nas pessoas que estão a sofrer, a fugir das suas casas, a deixar tudo para trás. A dor que só quem passa por uma situação assim saberá explicar. Provavelmente não terá explicação.
Situações como a guerra fazem-nos pensar na vida. Ou pelo menos a mim. Temos tendência a focar no que nos falta, no que não está bem, no que podia ser melhor. E depois, um dia, o mundo acorda com a noticia de que a Ucrânia está a ser bombardeada. São imensas as sensações que se vivem ao ouvir/ler essas palavras. Guerra? Parece mentira. Estamos em 2022 e acho que ninguém espera uma guerra. Mais uma. Coloca os nossos problemas em perspectiva.
Dá uma sensação de que a humanidade está perdida. De que a sede de poder se sobrepõe a tudo o resto. Um homem louco muda a vida de um país. Um homem que já tem tudo mas a quem, com certeza, falta o melhor: o amor. Porque ninguém que tenha amor poderá querer começar uma guerra. Não digo isto com pena dele. Lamento mas a minha empatia não consegue ser assim tão abrangente. Apenas constato que só a falta de amor poderá levar alguém a querer destruir a humanidade. A prova viva de que ter tudo não chega está ali, a dar ordens na Rússia.
Oxalá a chuva lavasse o pior da humanidade. Quem dera no fim do dilúvio todo o mal do mundo tivesse sido purgado.