De todas as minhas preocupações
De todos os meus receios poucos foram os que se concretizaram. De todas as minhas preocupações poucas foram as que se mostraram fundadas.
Preocupamos-nos demais, pensamos demais, vivemos acelerados demais. Sofremos por antecedência, choramos antes da tragédia e, na maioria das vezes felizmente, a tragédia não chega.
É fácil falar: "vive sem stress", "deixa a vida acontecer". Clichés. Que devíamos usar à regra.
Os dias passam, as semanas correm e os meses são como o vento. E todos os nossos anseios, no fim, só serviram para nos perturbar.
Podemos mudar isto? Talvez. É difícil explicar a ansiedade, mas ela nem sempre tem que ser uma coisa negativa. Alguma ansiedade é necessária para que não corramos riscos inúteis. O medo faz parte da vida e devemos aceita-lo. Só não devemos permitir que nos cegue. Que nos molde e nos diminua. Há que agir, sim, apesar do medo. E sim, é precisamente isso a coragem.
Somos muito mais corajosos do que imaginamos. Basta que ela seja precisa para que nos apercebamos da força que temos, do que somos realmente feitos.
A minha maior coragem na vida foi não desistir. Apesar do medo, da desilusão, dos fracassos, dos erros (que no fundo foram apenas aprendizagem) continuei sempre a acreditar que era possível. Que existia uma vida maravilhosa para lá do medo.
E há.
Acreditem tanto como eu acreditei. Os nossos sonhos estão mais perto de nós do que aquilo que podemos imaginar. Os nossos maiores anseios raramente têm fundamento. Não desistam de sonhar, nem de acreditar num amanhã melhor. Semeiem as vossas plantas da melhor forma possível e desse modo nunca terão que temer a colheita. Porque ela chega meus amigos, tarde ou cedo tudo o que plantamos dará frutos.