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Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

Perguntas sem resposta

V de Viver, 14.01.22

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Afinal de contas o que importa o que os outros acham de determinada situação? Para que serve a intuição de alguém que vê a situação de fora? Devemos confiar na nossa intuição ou não? Quando a minha intuição me diz algo diferente do que outra pessoa, exterior a determinado acontecimento, diz, devo confiar mais na minha intuição ou na opinião da pessoa? A pessoa pode ser mais velha e mais sábia, mas será que isso realmente significa que sabe mais sobre uma situação que eu vivi e na qual não esteve envolvida? O diz que disse, o ouvi falar, tudo isso é muito bonito, mas até onde devemos realmente acreditar? É mais válido a opinião de uma pessoa fora da situação ou aquilo que a pessoa envolvida na situação te fez sentir?

Aqui estou eu num dos meus lugares favoritos a pensar em todas estas questões. O barulho do mar não cala os meus pensamentos. O solo quentinho não aquece o meu coração esfriado. Estou confusa em relação ao que acreditar. Não estou no drama. Estou bem. Estou até numa das melhores fases da minha vida. Sinto me realizada, feliz e em paz. Contudo há questões que me assombram. E está é uma delas. Não sei se devo acreditar na minha intuição ou se apenas me estou a iludir.

Mas enquanto escrevo, neste exacto momento, penso (e é por isto que a escrita é a minha terapia) as coisas têm sempre que ter uma explicação e um sentido? Vale a pena mexer no que passou? Se a pessoa me fez sentir bem, no curto espaço de tempo que nós tivemos, tenho mesmo que encontrar um significado para isto? Ou devo apenas deixar-me sentir e seguir? Foi bom. Fez me bem. Quero mesmo saber se foi tão sincero e real quanto me pareceu? Ou devo apenas agradecer por mais um ensinamento na minha vida? Devo ser apenas grata à pessoa por me ter feito feliz ou tentar encontrar uma resposta sobre se foi tão sincero quanto me pareceu? 

 

Um dia cheio de perguntas

V de Viver, 02.12.19

Estamos em constante mudança e acredito que isso faz parte do nosso crescimento enquanto seres humanos. Mas, no que me diz respeito, por vezes torna-se difícil lidar com as mudanças de humor e com as explosões que ainda não percebi de onde vêm.

Hoje dei por mim a fazer-me uma data de perguntas. Porque é que não agradeço todos os dias? Porque é que me foco, quando estou num dia menos bom, apenas naquilo que está mal e no que me falta? Porque é que tenho acessos de raiva e discuto de forma, pouquíssimo, assertiva com as pessoas que me são mais próximas? Porque é que, às vezes, acordo super bem disposta e depois alguma coisa sai do meu controlo e fico a sentir-me mal? Fico a sentir-me uma falhada. Deixo de conseguir focar-me naquilo que tenho, naquilo que sou, e passo a focar a minha atenção em tudo o que não tenho e não sou.

Há dias de sol e há dias de chuva, e gosto de pensar que o mesmo acontece connosco, seres humanos. Uns dias somos de sol, outros de chuva. Mas quero ter força, foco e clareza necessários, todos os dias, para ver que tudo isso faz parte. Que nem todos os dias têm que ser de sol até porque para florir é necessário chuva. 

Mas por vezes é-me tão dificil lidar com as palavras e atitudes das pessoas mais próximas que me deixo levar pelos sentimentos. Pelos negativos o que é ainda mais grave. Sinto que estou em constante luta para sair do fundo do poço. Em constante luta para me sentir uma pessoa melhor. Porque no fundo é isso que eu quero, sabem? Ser uma pessoa melhor. Sei o que me falta nesses momentos em que me deixo levar. Falta-me clareza. Quando consigo visualizar tudo à minha volta com clareza sei e percebo que tenho muito mais a agradecer do que a reclamar. Mas nem sempre consigo manter essa clareza. Se me focar. Se tiver atenção e pensar com clareza chego à conclusão que os outros são exteriores a mim, por muito que os ame. O seu caminho, a sua história são diferentes. E eles vão sempre agir de acordo com as suas experiências e não com as minhas. 

Mas sei que, no fundo, tudo se resume a mim. Sei que só me posso mudar a mim. Sei que tenho o poder de escolher como reagir às mais variadissimas situações da vida. Mas porque é que nem sempre tenho a clareza suficiente para o fazer?

Hoje acordei assim. Com milhares de perguntas tal qual uma criança na idade dos "porquês".

E em jeito de conclusão ocorrem-me mais perguntas: será que só a mim isto acontece? Só eu terei dificuldade em manter sempre a atenção e em conseguir sempre pensar com clareza?