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Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

Coisas que eu [não te] disse

Tudo o que não consigo dizer, escrevo.

Quase, quase...

V de Viver, 22.10.24

Estamos na reta final para me tornar mãe!

Sim, eu sei! Já vos contei isto, já vos falei sobre isto! Desculpem mas é a coisa mais grandiosa que já fiz na vida, por isso estou mesmo entusiasmada, orgulhosa, feliz e completamente preenchida de amor! 

Todos nós que tivémos ou temos uma mãe sabemos que, embora seja uma palavra pequenina, tem uma imensidão em significado. 

E agora estou prestes a tornar-me uma. Aliás, não agora. No dia em que descobri que estava grávida. Um dia emocionante, assustador, avassalador. Tudo mudou desde aquele momento. Talvez tenha começado a mudar ainda umas horas antes do teste positivo, quando acordei a meio da noite, sem qualquer sintoma ou atraso da menstruação e pensei "de manhã devia fazer um teste de gravidez". Porque eu já sabia, juro-vos que sim, naquele momento eu já sabia que tinha o mundo dentro de mim.

O caminho tem sido agradável, mas não perfeito. Uns sustos pelo meio, umas idas às urgências (que estão uma vergonha, um caos, mas isso será tema para outro dia quem sabe). Enfim, tudo o que a vida achou por bem enviar para nos preparar. 

No momento que escrevo este texto estamos quase na reta final. Estou grávida há aproximadamente 270 dias.

A única coisa que posso dizer é que foram dias de puro amor e...preocupação! Sim, quem já é mãe com certeza sabe. Desde o primeiro dia que a nossa maior preocupação é se está tudo bem com o bebé. É todo o santo dia um surto diferente, uma preocupação nova. 

A gravidez foi um dos maiores processos psicológicos que vivi. É realmente desafiante o não ter controlo sobre o que se passa dentro de nós, e por vezes até não ter controlo no nosso corpo. Mas é uma milagre. Sim, a gravidez é um milagre. 

Sentir um bebé dentro de nós, uma semente que aos poucos ganha vida, que "de um dia para o outro" começa a dar pontapés, sentir o borbulhar na barriga, sentir o mundo todo dentro de nós. É lindo. E muito emocionante.

A chegar ao fim da gravidez posso dizer-vos que foi uma excelente experiência acima de tudo. Algo que nos muda, que nos faz ver a vida com outros olhos, que nos faz mudar os nossos objetivos, não todos mas quase! 

Após o parto, com um recém nascido em casa, não sei o tempo que terei para vir aqui. Mas não podia deixar de partilhar mais este texto convosco antes do grande dia! Talvez passe por cá antes, talvez não. Mas com certeza virei dar novidades após o nascimento, só não sei quanto tempo após! 

Tal como todos os momentos mais marcantes da minha vida este, que não duvido que será O momento da minha vida, também terá o seu destaque por aqui. 

Torçam por mim, torçam por nós!

E, mais uma vez, obrigado a todos por me lerem, por continuarem por cá, e obrigada também aos que foram chegando estes dias. Grata a todos pela vossa presença! 

Um beijinho, V. 

 

Num piscar de olhos

"Rico é quem tem tempo"

V de Viver, 21.12.19

O tempo tem uma maneira engraçada de nos mostrar o que realmente é importante. O próprio tempo. 

A vida passa num abrir e fechar de olhos. Não consigo deixar de pensar que passamos muitas vezes pela vida em piloto automático. Mais de metade do meu ano de 2019 foi passado assim. A desejar que os dias passassem rápido até às folgas para ter algum sossego. E quando as folgas chegavam acabava, na maioria das vezes, por não as aproveitar por pensar que daí a nada já tinha que voltar ao trabalho. Ansiava pelas férias para que, logo que elas iniciavam, viver cada dia com a mesma angústia, a pensar que teria poucos dias para aproveitar. E isso faz de nós o quê? Assassinos do tempo? Ou da vida? 

Passamos por aqui sempre com pressa. Pressa de ir. Pressa de chegar. Pressa de voltar. 

E um dia acordamos e faltam quatro dias para o dia de Natal. E apercebemo-nos com espanto que sendo assim faltam apenas dez dias para o último dia do ano!

Mas, esperam lá? Como assim, passou mais um ano da nossa vida? 

Vivemos mesmo 365 dias, assim, num ápice?

Quando nos damos conta de que o tempo é o nosso bem mais precioso tendemos a ver a vida com outros olhos. Eu, pelo menos, penso assim. Mas se eu penso assim porque é que não aproveito mais? Porque é que não vivo mais? Porque é que me deixo levar pela ansiedade de querer que as folgas cheguem e depois me perco na ansiedade de as folgas estarem a acabar. E depois só quero que cheguem as férias, e depois "Oh não, as férias são demasiados curtas, e agora?". E depois tenho que me despachar para ir trabalhar, e depois tenho que me despachar para apanhar o supermercado aberto, e ir para casa, e fazer o jantar, e... Caramba, cansa só de pensar, não é? 

Hoje dou por mim a pensar que andamos demasiado atarefados para dar valor ao tempo. Para dar valor à vida. E dou por mim, também, a desejar com todas as minhas forças que no próximo ano tudo seja diferente. Aliás, que eu consiga ser diferente, porque não é o caminho que muda, é a forma de caminhar que tem que mudar.